Toda a
Escritura é inspirada por Deus e útil
para o ensino, para a repreensão, para a
correção e para a instrução na justiça
(2 Tm 2.16).
No mundo
contemporâneo as pessoas não buscam mais uma verdade absoluta nem tampouco a
sua comunicação (FERREIRA E MYATT, 2007). A verdade é algo que pertence a cada
um, que provem da subjetividade humana. Este pensamento tem influência de eminentes
filósofos, como Kierkegaard, Nietzsche entre outros. Eles procuravam romper com
o modelo dominante da modernidade, pautado no positivismo lógico, racionalismo,
sistematização científica, objetividade e na busca pela verdade universal. Hoje
é notória a influência de transmissão deste conhecimento, denominado de
relatividade da verdade, pelos meios de comunicação: Televisão, cinema,
jornais, revistas, música e internet. Frente a isto tudo, qual a importância
das Escrituras diante deste contexto?
São três os
conceitos que serão apresentados: a autoridade, inerrância e suficiência da
Bíblia. Estes três pontos são contra culturais, porque reivindicam um projeto
diferente daquele em que a sociedade se encontra imersa em sua grande maioria,
a Bíblia é a Palavra de Deus.
Deus ao
criar o ser humano, Ele próprio, procurou se comunicar com a humanidade (Gn
2.15,16), só que o homem caiu, pecou e perdeu esta comunicação (Gn 3.1-24). No
entanto Ele não deixou de se revelar para humanidade, de se apresentar cognoscível.
Isto ocorreu de duas formas: mediante a revelação geral e a específica, a
primeira se deu através da natureza (Sl 19.1-6, Rm 1.18-21), só que esta foi
limitada, uma vez que a ênfase é no poder eterno de Deus e Sua divindade
(BOICE, 2011). A segunda revelação é dupla, na Bíblia – a Palavra Escrita (Rm
15.4; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.16-21) – e em Jesus Cristo – a Palavra Viva (Jo1. 1, 14,
18; Hb 1.1,2) (SILVA, 2006). A ênfase neste texto será a bíblia como revelação
de Deus para humanidade. Para que creiamos que a Bíblia é a palavra de Deus,
faz-se jus começar pela sua autoridade.
A Bíblia é
importante por ser a Palavra de Deus escrita. Esta conclusão se extrai dela
própria, ou seja, a Bíblia ensina que ela é a palavra de Deus. Não temos
dificuldade quando pensamos que a usamos para defendermos doutrinas básicas: a
Doutrina de Deus, de Jesus, do Espírito Santo. Como diz James Montgomery “... se a Bíblia tem autoridade e é correta
nesses assuntos, não há razão pela qual ela não deveria ter autoridade e ser
correta quando fala de si mesma” (2011, p.38).
Quando
seguimos este caminho nos deparamos com a afirmação que Paulo faz a Timóteo,
“Toda a Escritura é inspirada por Deus...” (2 Tm 3.16ª ARA). O termo inspirar,
quando analisado no grego (theopneustos),
significa literalmente soprada por
Deus (BOICE, 2011; FERREIRA E MYATT, 2007). Este texto mostra
que a Bíblia foi soprada por Deus a seus escritores (2 Pe 1.21).
Sabedores
que a Bíblia é a Palavra de Deus, os reformadores cunharam o termo Sola
Scriptura, como forma de combater a relativização que a igreja romana concedia
a Palavra, enfraquecendo a sua autoridade e exaltando a tradição humana, assim
eles resgatam o lugar da Bíblia como juiz em relação a tudo que a igreja faz.
Jesus
ratifica a autoridade da Bíblia usando-a como sendo a Palavra de Deus (Mt
4.1-11; Lc 11.18; Jo 10.35, Jo 17.7).
A
Bíblia em sendo autoridade, é ela também inerrante. Podemos definir o termo
inerrante como “qualidade daquilo que não tem erro; infalível” (ZIBORDI 2011 p.
66). Esta doutrina tem sofrido bastante ataque pelos teólogos liberais e
filósofos, pois afirmam eles, que ela contém erros e imprecisões, só que até
hoje eles continuam a procura-los. Jesus foi enfático ao afirmar: “... a
Escritura Não pode falhar” (Jo 10.35). Um erro só e ela perderia toda a sua
infalibilidade, por isso ainda afirma Jesus, “Porque em verdade vos digo: até
que o céu e a terra passem, nem um i nem um til jamais passará da Lei, até que
tudo se cumpra” (Mt 5.18). A Bíblia não é narração de mitologias, de histórias
e de ficções, nela não encontramos contradições ou erro, pois passaram os céus
e a terra mais esta palavra não passará, não falhará.
Por
ter a Bíblia autoridade e ser inerrante, temos como consequência a sua
suficiência. Ela contém e é a Palavra de Deus, nela encontramos expressa a
vontade de Deus para humanidade. Tudo que o homem precisa e necessita saber
está escrito nela: a criação (Gn 1,2), a queda (Gn3), redenção (Is 53.35; 2 Co
5.17), juízo (Jo 12.48; Ap 20.11-15) e glória (1 Jo 3.2). A bíblia é a regra
básica de fé e prática, é a bussola de todo homem que nela crê.
Quando
se compreende que a Bíblia é a Palavra Deus, que ela tem autoridade, é
inerrante e é suficiente, vencemos as nossas reservas intelectuais e os nossos
questionamentos frente a ele, restando assim nos deleitarmos em seu conteúdo e
aplicarmos ao nosso coração (Tg 1.22).
Otniel Cabral Ramos.
Referências
BOICE,
James Montgomery. Fundamentos da fé
cristã: um manual de teologia ao alcance de todos. Rio de Janeiro: Centra
Gospel, 2011.
FERREIRA,
Franklin; MYATT, Alan. Teologia
sistemática: uma análise histórica, bíblica, e apologética para o contexto
atual. São Paulo: Vida Nova, 2007.
SILVA,
Antonio Gilberto da. Bibliologia:
introdução ao estudo da Bíblia: adaptado para curo pela equipe da EETAD.
Campinas: EETAD. 2006.
ZIBORDI.C. S. Teologia
Sistemática 1. Paraná: CETADEB. 3 ed. 2011.
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