Ao ler os evangelhos nada me fascinou mais do que observar o fato de que
Jesus acreditava no potencial das pessoas. Ele conseguia enxergar além.
Ele não apontava o pecado para diminuí-las, mas confrontava-o com Seu
amor, promovendo a verdadeira cura interior que elas tanto
necessitavam.
Ele não constrangia ninguém por ser Santo, muito menos se afastava dos
pecadores. Muito pelo contrário, Ele ia ao encontro deles. Enquanto a
multidão ia até Jesus por causa dos milagres, Ele ia dar atenção a uma
única pessoa, demonstrando a elas o quanto ele as amava por deixar
muitos, só por acreditar no poder restaurador que emanava de dentro de
si, sendo capaz de transformar mentes, corações e atitudes para a glória
de Deus.
Por exemplo, no livro de João vemos alguns exemplos que deixam claro que
o Nosso Mestre não fazia acepção de pessoas. Ele tratou intimamente com
um fariseu (Nicodemos no capítulo 3), confrontando sua maneira de
pensar. Com uma mulher samaritana (capítulo 4), ele a surpreendeu
mostrando Seu amor por falar com ela sendo ela mulher, samaritana e
ainda descriminada pela sociedade por suas atitudes; e ainda,
confrontou a maneira dela sentir, foi direto na fonte do seu problema,
que era a sua carência que nunca era saciada, oferecendo a solução;
transformando,assim, uma pessoa complexada - que tinha medo das pessoas,
pois ia tirar água do poço ao meio dia para não encontrar-se com
ninguém -, numa evangelista que saiu anunciando o nome de Jesus. O Filho
de Deus foi até um paralítico em Betesda (capítulo 5) que esperava a
atitude de compaixão de alguém, mostrando seu amor agindo de forma
diferente da esperada; conseguiu o enxergar quando ninguém parecia se
importar. Mesmo não tendo nenhum pecado, o Cristo salvou a vida de uma
mulher adúltera de seus acusadores, confrontando os pecados destes. Ao
ver um cego de nascença (Capítulo 9), não o julgou como os discípulos,
achando que isso seria fruto de pecado, mas entendeu que era propósito
do Pai revelar a glória de Deus através daquela situação e daquela vida,
fazendo deste homem um instrumento de testemunho vivo do poder e amor
de Deus.
Também teríamos outros exemplos em outros evangelhos. O que falar de
Zaqueu (Lucas 19), por exemplo? Um homem considerado corrupto, injusto,
ladrão. Mesmo assim, Jesus não rejeitou o desejo que ele tinha de
conhecê-lo e chamou-o pelo nome e foi comer com ele em sua casa, sem
nenhum preconceito. Mais uma vida restaurada, pois Jesus não rejeitou e
nunca irá rejeitar o perdido. Aqueles que o mundo insistiam em virar as
costas, condenar, criticar, desprezar, foram os que Jesus depositou a
confiança na transformação pelo poder e para a glória de Deus, após
curá-los no físico, na alma, no espírito e nas atitudes.
Diante disso, questiono: Como temos olhado para as pessoas? Temos tido o
mesmo olhar de Jesus? Estamos acreditando no poder restaurador do amor
de Deus ou estamos condenando as pessoas como os discípulos fizeram com o
cego? Estamos do lado dos que defendem e agem em favor dos
desacreditados, ou dos que querem lançar pedras? Queremos levar amor e
cura às pessoas ou críticas? Estamos enxergando naquilo que elas podem
se tornar em Cristo, ainda que sejam pecadoras? Preferimos andar como
religiosos, santarrões que são intocáveis, que não se misturam ou como
Jesus, que mesmo sendo santo ia ao encontro das pessoas? Que venhamos a
cada dia aprender com o Nosso Mestre!
Daniely Silva Duarte.
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