quinta-feira, 31 de maio de 2012

O CAMINHO DA GRAÇA

No templo havia um lugar onde apenas o sumo sacerdote entrava. Era o Santo dos Santos. Esse santíssimo lugar ficava separado por um véu, e ali o sumo sacerdote entrava apenas uma vez por ano. Era o dia da expiação, quando ele oferecia a Deus um sacrifício que cobria seus próprios pecados e os pecados do povo (Lv 16). Ali, diante da presença de Deus, o sumo sacerdote poderia até morrer. Para que isso não acontecesse, ele precisava encher o lugar de fumaça, tampando a si mesmo e cobrindo o propiciatório com uma nuvem de incenso.

É maravilhoso pensar que hoje, neste novo tempo inaugurado por Jesus, podemos entrar sem medo na presença de Deus. Podemos nos achegar a ele com total liberdade e ousadia. Você sabe por que temos tamanho privilégio? A Bílbia relata que, ao mesmo tempo em que a carne de Cristo era rasgada por nós na cruz, o véu do santuário se rasgou de alto a baixo (Mt 27.51). Sobrenaturalmente, aquele véu foi rasgado para que entendêssemos que o acesso a Deus estava aberto. Portanto, cobertos pelo sangue do Cordeiro – Jesus – não teremos mais entrar na presença de Deus. É o que nos diz o autor da carta aos Hebreus:

Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé… (Hb 10.19-22).

Infelizmente, parece que muitos ainda não sabem que Jesus veio inaugurar este novo tempo, o tempo da graça. Muitas pessoas ainda se aproximam de Deus cheias do medo de serem destruídas por ele por causa de seus pecados. Sentem-se intimidade de se aproximar do Senhor por causa dos pecados do passado e pelos tropeços na caminhada presente.

A verdade é que a graça supera nosso entendimento. Ela nos cobriu completamente e, hoje, por mais certinhos que sejamos, continuamos precisando dela. Se Deus nos olhasse sem a graça, estaríamos perdidos, pois nunca estamos completamente limpos. Existem pecados de omissão, motivações erradas, enfim, nossa justiça é como trapo de imundície! (Is 64.6).

Lembro-me de algumas vezes em que pequei e me senti frustrada, pensando que Deus me consumiria e não me daria uma nova chance. Não tinha coragem nem de ler a Bíblia. Entrar na presença de Deus em adoração? Nem pensar! Mesmo arrependida, pedindo perdão pelo meu pecado, demorava a me entregar ao amor e a graça de Deus. Demorava a levantar as mãos com ousadia, a celebrar, a me aproximar, sem medo, diante do Trono da graça.

Quando comecei a compreender a graça, passei a me ver sempre coberto por ela. Quando estou com a consciência limpa de pecados cometidos, ainda assim sei que é pela graça que Deus me recebe em sua presença. Quando peco, arrependo-me e volto correndo, sabendo que sou chamado a entrar com ousadia neste novo e vivo caminho.

Que você também se veja coberto pela graça e atenda ao convite para entrar no Santo dos Santos sem temor algum. Este novo tempo inaugurado por Jesus fala da graça. Fala do desejo do próprio Deus de que você desfrute essa comunhão íntima com ele, usufruindo todos os benefícios conquistados por Cristo na cruz do Calvário.

Esse caminho, aberto pelo sangue do Cordeiro, pela sua graça, nos leva até Deus sem nenhuma intimidação. Não podemos desprezar o que ele fez por nós, mas vamos nos apropriar dessa herança que ele nos deu. Temos livre acesso ao trono do Senhor, e ali podemos adorá-lo e nos deliciar em sua santa presença. Ele, certamente, estará nos esperando sempre que desejarmos nos aproximar.

*Transcrito de:

BESSA, Ana Paula Valadão. Adoração Diante do Trono. Diante do Trono Publicações/Distribuidora Exodo, 2003. pgs. 100 à 103.

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