domingo, 28 de julho de 2013

A doutrina do pecado e o evangelismo verdadiero - Dr. Martyn Lloyd-Jones

Não existe evangelismo verdadeiro sem a doutrina do pecado, e, por semelhante modo, sem a compreensão do que seja o pecado. Não quero ser injusto, mas assevero que um Evangelho que meramente diga: “Venha a Jesus”, oferecendo-O como um Amigo, oferecendo aos homens uma maravilhosa vida nova, mas sem o antecedente da convicção de pecado não é o Evangelho do Novo Testamento. A essência do evangelismo consiste em se começar a pregação pelas exigências da lei; e é por causa do fato que a lei não vem sendo devidamente pregada que há tanto evangelismo superficial. Examine a questão por meio do próprio ministério do Senhor Jesus, e você não poderá evitar a impressão de que, vez por outra, longe de pressionar as pessoas para que O seguissem e se decidissem por Ele, Ele colocou grandes obstáculos no caminho delas. É como se Jesus tivesse dito: “Você percebe o que está fazendo? Você já calculou o preço? Você percebe onde isso poderá levá-lo? Você sabe o que significa negar-se a si mesmo, tomar a cruz diariamente e seguir-Me?”. O evangelismo autêntico, assevero eu, em virtude da doutrina do pecado, sempre deve ter início pela pregação das exigências da lei. Isso significa que devemos explicar que a humanidade está diante da santidade de Deus, que os homens são confrontados pelos Seus requisítos e também pelas horrendas conseqüências do pecado. É o próprio Filho de Deus quem adverte os homens da possibilidade de serem lançados no inferno. Ora, se porventura você não gosta da doutrina do inferno, então está simplesmente discordando de Jesus Cristo. Ele, que é o Filho de Deus, acreditava na existência do inferno; e é na exposição que Ele fez sobre a verdadeira natureza do pecado que descobrimos que Ele ensinou que o pecado, em última análise, leva os homens ao inferno. Assim sendo, a evangelização de uma pessoa deve começar pela santidade de Deus, pela pecaminosidade do homem, pelas exigências da lei, pela punição determinada pela lei e, finalmente, pelas eternas conseqüências do mal e da prática da injustiça. Somente o indivíduo que foi levado a perceber a sua própria culpa, dessa maneira, pode recorrer a Cristo, para dEle receber livramento e redenção. Qualquer crença no Senhor Jesus Cristo que não esteja alicerçada sobre esses fatores, não é uma crença autêntica em Cristo. Uma pessoa pode ter um tipo de crença psicológica, até mesmo no Senhor Jesus Cristo; mas a crença legítima enxerga nEle o Libertador que nos livra da maldição da lei. O verdadeiro evangelismo começa por aí, e, como é óbvio, envolve, primariamente, a chamada ao arrependimento, “...o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo” (Atos 20:21).

(Martyn Lloyd-Jones. Estudos no Sermão do Monte. Pag. 218-219).

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