domingo, 21 de julho de 2013

A Autoridade, Inerrância e Suficiência das Escrituras - Por Otniel Cabral Ramos

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil 
para o ensino, para a repreensão, para a 
correção e para a instrução na justiça
(2 Tm 2.16).

No mundo contemporâneo as pessoas não buscam mais uma verdade absoluta nem tampouco a sua comunicação (FERREIRA E MYATT, 2007). A verdade é algo que pertence a cada um, que provem da subjetividade humana. Este pensamento tem influência de eminentes filósofos, como Kierkegaard, Nietzsche entre outros. Eles procuravam romper com o modelo dominante da modernidade, pautado no positivismo lógico, racionalismo, sistematização científica, objetividade e na busca pela verdade universal. Hoje é notória a influência de transmissão deste conhecimento, denominado de relatividade da verdade, pelos meios de comunicação: Televisão, cinema, jornais, revistas, música e internet. Frente a isto tudo, qual a importância das Escrituras diante deste contexto?
São três os conceitos que serão apresentados: a autoridade, inerrância e suficiência da Bíblia. Estes três pontos são contra culturais, porque reivindicam um projeto diferente daquele em que a sociedade se encontra imersa em sua grande maioria, a Bíblia é a Palavra de Deus.
Deus ao criar o ser humano, Ele próprio, procurou se comunicar com a humanidade (Gn 2.15,16), só que o homem caiu, pecou e perdeu esta comunicação (Gn 3.1-24). No entanto Ele não deixou de se revelar para humanidade, de se apresentar cognoscível. Isto ocorreu de duas formas: mediante a revelação geral e a específica, a primeira se deu através da natureza (Sl 19.1-6, Rm 1.18-21), só que esta foi limitada, uma vez que a ênfase é no poder eterno de Deus e Sua divindade (BOICE, 2011). A segunda revelação é dupla, na Bíblia – a Palavra Escrita (Rm 15.4; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.16-21) – e em Jesus Cristo – a Palavra Viva (Jo1. 1, 14, 18; Hb 1.1,2) (SILVA, 2006). A ênfase neste texto será a bíblia como revelação de Deus para humanidade. Para que creiamos que a Bíblia é a palavra de Deus, faz-se jus começar pela sua autoridade.
A Bíblia é importante por ser a Palavra de Deus escrita. Esta conclusão se extrai dela própria, ou seja, a Bíblia ensina que ela é a palavra de Deus. Não temos dificuldade quando pensamos que a usamos para defendermos doutrinas básicas: a Doutrina de Deus, de Jesus, do Espírito Santo. Como diz James Montgomery “... se a Bíblia tem autoridade e é correta nesses assuntos, não há razão pela qual ela não deveria ter autoridade e ser correta quando fala de si mesma” (2011, p.38).
Quando seguimos este caminho nos deparamos com a afirmação que Paulo faz a Timóteo, “Toda a Escritura é inspirada por Deus...” (2 Tm 3.16ª ARA). O termo inspirar, quando analisado no grego (theopneustos), significa literalmente soprada por Deus (BOICE, 2011; FERREIRA E MYATT, 2007). Este texto mostra que a Bíblia foi soprada por Deus a seus escritores (2 Pe 1.21).
Sabedores que a Bíblia é a Palavra de Deus, os reformadores cunharam o termo Sola Scriptura, como forma de combater a relativização que a igreja romana concedia a Palavra, enfraquecendo a sua autoridade e exaltando a tradição humana, assim eles resgatam o lugar da Bíblia como juiz em relação a tudo que a igreja faz.
Jesus ratifica a autoridade da Bíblia usando-a como sendo a Palavra de Deus (Mt 4.1-11; Lc 11.18; Jo 10.35, Jo 17.7).
A Bíblia em sendo autoridade, é ela também inerrante. Podemos definir o termo inerrante como “qualidade daquilo que não tem erro; infalível” (ZIBORDI 2011 p. 66). Esta doutrina tem sofrido bastante ataque pelos teólogos liberais e filósofos, pois afirmam eles, que ela contém erros e imprecisões, só que até hoje eles continuam a procura-los. Jesus foi enfático ao afirmar: “... a Escritura Não pode falhar” (Jo 10.35). Um erro só e ela perderia toda a sua infalibilidade, por isso ainda afirma Jesus, “Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i nem um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra” (Mt 5.18). A Bíblia não é narração de mitologias, de histórias e de ficções, nela não encontramos contradições ou erro, pois passaram os céus e a terra mais esta palavra não passará, não falhará.
Por ter a Bíblia autoridade e ser inerrante, temos como consequência a sua suficiência. Ela contém e é a Palavra de Deus, nela encontramos expressa a vontade de Deus para humanidade. Tudo que o homem precisa e necessita saber está escrito nela: a criação (Gn 1,2), a queda (Gn3), redenção (Is 53.35; 2 Co 5.17), juízo (Jo 12.48; Ap 20.11-15) e glória (1 Jo 3.2). A bíblia é a regra básica de fé e prática, é a bussola de todo homem que nela crê.
Quando se compreende que a Bíblia é a Palavra Deus, que ela tem autoridade, é inerrante e é suficiente, vencemos as nossas reservas intelectuais e os nossos questionamentos frente a ele, restando assim nos deleitarmos em seu conteúdo e aplicarmos ao nosso coração (Tg 1.22).
Otniel Cabral Ramos.
Referências
BOICE, James Montgomery. Fundamentos da fé cristã: um manual de teologia ao alcance de todos. Rio de Janeiro: Centra Gospel, 2011.
FERREIRA, Franklin; MYATT, Alan. Teologia sistemática: uma análise histórica, bíblica, e apologética para o contexto atual. São Paulo: Vida Nova, 2007.
SILVA, Antonio Gilberto da. Bibliologia: introdução ao estudo da Bíblia: adaptado para curo pela equipe da EETAD. Campinas: EETAD. 2006.

ZIBORDI.C. S. Teologia Sistemática 1. Paraná: CETADEB. 3 ed. 2011.

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