sábado, 5 de novembro de 2011

O culto deve ser divertido? - Bob Kauflin


Hebreus 10.24,25 – “E consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia.”

Mais de uma vez ouvi cristãos afirmando que o culto deve ser divertido, ou agirem como se eles tivessem uma responsabilidade de provar que os cristãos sabiam como “curtir” na igreja. Sempre me senti desconfortável com essa conexão, então comecei a pensar sobre o lugar da “diversão” no culto, e se isso realmente existe. Gostaria de tratar a questão respondendo como eu a fiz, e então considerando duas maneiras pelas quais ela pode ser reescrita.

O culto deve ser divertido? Se tomarmos o testemunho exaustivo da Escritura, a resposta poderia ser um ressoante NÃO. “Diversão” não parece caracterizar muitas das cenas onde o povo encontra Deus na Bíblia. Somos ensinados a adorar a Deus com reverência e respeito, pois ele é fogo consumidor (Hb 12.28-29). Ter “diversão” nunca deveria ser nosso motivo principal quando nos reunimos. Nosso alvo é lembrar a grandeza de Deus, apresentar nossas petições diante dele, e agradecê-lo por suas misericórdias abundantes em Jesus Cristo. Celebração certamente deve ser incluída nisso, mas existem também momentos em que adorar a Deus produz temor, lágrimas de arrependimento, e um profundo silêncio.

Mas, deixe-me refazer a questão. O culto pode ser divertido? Depende de como definimos “diversão”. Eu sei que alguns de vocês não acreditam que eu esteja realmente levando em consideração essa ideia. E é possível que ganhe alguns comentários a esse respeito. Mas acredite: não estou tentando ser leviano. De fato, estou, no momento, na conferência de pastores de John Piper e, na última noite, ouvi uma mensagem de R.C. Sproul sobre a santidade de Deus em Isaías 6. Foi poderosa, convincente e sóbria. Adoramos a um Deus santo.

Se “diversão” for definida como uma atividade leve, sem propósito ou significado, estritamente a fim de entreter, então a resposta a “o culto pode ser divertido” deve certamente ser não. Quando adoramos a Deus juntos, não estamos procurando ser meramente entretidos ou momentaneamente distraídos dos cuidados deste mundo. Recreação não é o mesmo que adoração. Nossa alegria e prazer devem estar sempre fundamentados e formados pelos atos, natureza e atributos de Deus.

Entretanto, quando procuro por “diversão” em meu dicionário, o primeiro significado é “agradável”. Se estamos perguntando “adorar a Deus pode ser agradável?” então certamente a resposta deve ser sim. Isaías 6 não é o único capítulo da Escritura que descreve como nos relacionamos com Deus. Houve inúmeras vezes em que estive liderando o culto ou cantando como parte da congregação e pensei “eu amo fazer isso!”. O prazer inundou minha alma, e eu pude legitimamente dizer que eu estava tendo “diversão”!

Talvez isso seja semelhante ao que os israelitas experimentaram em 2 Crônicas 30. Eles estavam gostando tanto de celebrar a Festa dos Pães Asmos por sete dias que Ezequias e o povo espontaneamente decidiram manter a festa por mais sete dias (2 Cr 30.22,23)! Deve ter sido uma bela celebração! Em outra ocasião, Esdras e os sacerdotes disseram ao povo para que não se entristecessem ou chorassem porque aquele dia era “consagrado ao Senhor”, e que a alegria do Senhor era a força deles (Ne 8.9,10). Santidade e alegria não são necessariamente exclusivas.

Quando meus filhos estavam crescendo, eu queria que eles desejassem cantar músicas de louvor, e não vissem o relacionamento com Deus como algo que era apenas sério, sóbrio e solene. Afinal de contas, cantar ao Senhor deveria ser prazeroso (Sl 135.3; Sl 147.1). Davi dançou na presença do Senhor com toda sua força enquanto trazia a arca de volta a Jerusalém (2 Sm 6.12-15). O Salmista alegrou-se quando lhe disseram: “Vamos à casa do Senhor!” (Sl 122.1). Então, sim, quando definido como prazer, e não visto como o único aspecto do culto, adorar a Deus pode ser muito “divertido”. As pessoas não deveriam achar nossas reuniões sombrias ou sem vida. Sorrisos e mesmo risadas deveriam fluir enquanto consideramos quão bom, misericordioso e gracioso Deus tem sido a nós (Sl 126.2)!

Bob Kauflin

1 comentários:

Mari Siqueira disse...

Muito bom esse post! Muito bom mesmo ;)

Essa pergunta sempre "rondou" minha mente. E me alegro em ver que meus pensamentos e sentimentos não se diferem muito do que o autor falou. Me alegro e me divirto adorando ao meu Senhor, mas com todo o respeito e seriedade que Ele merece!

Louvado seja o nosso Deus *-*

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