quarta-feira, 6 de abril de 2011

A importância da Santidade Prática - J.C. Ryle


Deixe-me tentar mostrar algumas razões pelas quais a santidade prática é importante.

Pode a santidade salvar-nos? Pode a santidade eliminar o pecado, encobrir a iniqüidade, apresentar satisfação pela transgressão, pagar a nossa dívida diante de Deus? Não, de forma alguma. Deus me livre de afirmar tal coisa. A santidade nunca poderá fazer qualquer dessas coisas. Os melhores santos sempre foram “servos inúteis”. As nossas mais puras ações não são melhores do que trapos de imundícia quando submetidos à prova pela luz da santa lei de Deus. Os trajes brancos que Jesus nos oferece, e a fé com que Ele nos reveste, devem ser a nossa única justiça; o nome de Cristo deve ser a nossa única confiança; o Livro da Vida do Cordeiro de Deus deve ser a nossa única garantia para chegar ao céu. Apesar de toda a nossa santidade, nunca seremos mais do que meros pecadores. As nossas mais excelentes qualidades são manchadas e maculadas pela imperfeição. Todas são mais ou menos incompletas, erradas quanto ao seu motivo ou defeituosas quanto à sua realização. Se depender dos feitos da lei, nenhum filho de Adão será justificado. “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9). Nesse caso, por qual motivo a santidade é tão importante? Por que disse o escritor sagrado: “A santificação [santidade], sem a qual ninguém verá o Senhor”? Permita-me expor algumas razões que explicam isso.

Acima de tudo, devemos ser santos porque a voz de Deus, nas Escrituras Sagradas, assim nos ordena claramente. Diz o Senhor Jesus ao seu povo: “Se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus” (Mt 5.20). Paulo disse aos tessalonicenses: “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1 Ts 4.3). E Pedro afirma: “Segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe 1.15,16). Comentou Leighton: “Quanto a esse particular, a lei e o evangelho concordam entre si”.

Devemos ser santos porque essa é a grandiosa finalidade e propósito daquilo que Cristo veio fazer no mundo. Paulo escreveu aos coríntios: “E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Co 5.15). E aos efésios, escreveu: “Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse” (Ef 5.25,26). E a Tito: “O qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras” (Tt 2.14). Em suma, falar que os homens são salvos da culpa do pecado, sem que, ao mesmo tempo, sejam salvos do domínio do pecado em seus corações, é contradizer o claro testemunho das Escrituras. Os crentes são declarados eleitos? – isso se verifica pela “santificação do Espírito”. Foram predestinados? – isso se dá “para serem conformes à imagem de seu Filho”. Foram eles escolhidos? – o propósito disso foi para que eles fossem “santos e irrepreensíveis”. Foram chamados? – isso aconteceu “com santa vocação”. Foram afligidos? – isso teve a finalidade de os tornar “participantes da sua santidade”. Jesus é o Salvador completo. Ele não somente tira a culpa do pecado de um crente, mas faz muito mais: Ele quebra o poder do pecado (ver 1 Pe 1.2; Rm 8.29; Ef 1.4; 2 Tm 1.9 e Hb 12.10).


Extraído do livro: Santidade - Sem a Qual Ninguém Verá o Senhor, de J.C. Ryle.
Copyright: © Editora FIEL


 

2 comentários:

Otniel disse...

A Paz do Senhor!!!

OLha este evento universitário http://www.cpadnews.com.br/integra.php?s=12&i=8516

Anônimo disse...

“A santidade não é privilégio de poucos. Mas vocação a qual todo cristão é chamado.” S. João da Cruz
Esse deve ser o objetivo de todo cristão " ser santo como o nosso mestre é santo"

Orécia Fernandes.

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